quinta-feira, 21 de julho de 2011

Garça-vaqueira (Bubulcus ibis)

Foto: Felipe Moreira
Indivíduo com plumagem nupcial

A garça-vaqueira trata-se de uma espécie recém-chegada ao continente americano, vinda da África. No continente africano está sempre associada às manadas dos grandes herbívoros, apanhando gafanhotos e outros insetos espantados pelo deslocamento dos animais na savana. Também conhecida como garça-carrapateira, garça-boiadeira, garça-boieira, cunacoi e cupara.

Possui comprimento de 48 a 53 centímetros. Sua envergadura vai de 90 a 96 centímetros, tendo um peso de 300 a 400 gramas. Alcança uma longevidade de 15 anos. O adulto apresenta dois tipos de plumagem. Na plumagem reprodutiva, pode ser facilmente identificado pela sua coroa, peito e costas de coloração laranja pálido. Quando em plena condição de reprodução, o bico curto torna-se laranja-avermelhado com a ponta amarela, o olho muda de amarelo para avermelhado e as pernas apresentam coloração rosada (embora inicialmente elas possam ser amarelas). Na plumagem não reprodutiva sua plumagem é completamente branca, seu bico curto é amarelo e suas pernas apresentam coloração esverdeada escura. 

                                                         Foto: Felipe Moreira

É um pouco maior do que a garça-branca-pequena, mas se diferencia desta pelo bico amarelo, menor e de formato mais cônico, e pés totalmente escuros. Os jovens da espécie também são completamente brancos, mas seu bico é de coloração preta ou preta manchada de amarelo. Como consequência da cor de seu bico, o jovem da espécie é bastante confundido com a garça-branca-pequena (Egretta thula). 

É uma garça insetívora, alimentando-se principalmente dos insetos espantados pelos pastadores; essa garça tem também uma fonte de alimentação nas moscas do dorso destes animais. Procura alimento, de um modo geral, em espaços secos, campos de cultivo, podendo, no entanto, ser encontrada nas margens de lagos e pântanos. É capaz de subsistir em zonas secas, sem nenhuma água, durante um espaço de tempo relativamente longo. Frequentemente avistada entre o gado que pasta ou atrás das máquinas agrícolas que lavram a terra.

Nidifica em colônias mais ou menos numerosas (de dezenas a milhares de indivíduos), em árvores ou arbustos, próximo de lagos e rios. A construção do ninho é feita por ambos os progenitores, embora com tarefas distintas. A fêmea encarrega-se da construção propriamente dita, enquanto o macho recolhe o material para a construção. A fêmea deposita 4 ou 5 ovos, que são alternadamente incubados por ambos, num período de 22 a 26 dias. As crias abandonam o ninho ao fim de 30 dias.

Foto: Felipe Moreira

Seu voo é com batimento lento, poderoso e regular das asas, com o pescoço retraído e as patas projetadas. Ativa e de grande mobilidade. Voa em bandos pouco ordenados. Sua voz é de coaxos suaves e monossilábicos.

Ocorre em todo o Brasil. Atravessou o Atlântico há pelo menos 100 anos, com registros iniciais na região do Caribe. Espalhou-se rapidamente pelo continente e hoje ocupa todas as áreas abertas onde o gado esteja presente, ajudando a controlar gafanhotos e cigarrinhas nas pastagens. Em 1965 foi registrada pela primeira vez no Brasil, na Ilha de Marajó. Mais numerosa no Pantanal.